As suspeitas de manipulação começaram quando ainda falta um ano para a eleição
Diferenças entre resultados levam estrategistas da presidente Dilma Rousseff e do presidenciável Aécio Neves a questionar métodos dos maiores institutos do País; no PT, reclamação é contra pontuação considerada excessiva para Eduardo Campos, do PSB; "Em relação ao Vox Populi, Datafolha parece ter feito sua pesquisa em outro país", diz um dos conselheiros da presidente; "Há um visível conflito de interesse no Ibope", aponta senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB); "O instituto tem contratos com o governo federal e, frente aos demais, é o que apresenta as menores intenções para o nosso candidato Aécio. Por que será?", pergunta ele, com ironia; guerra no campo dos números tende a recrudescer
Agora, as suspeitas de manipulação começaram quando ainda falta um ano para a eleição.
O fato que apóia as suspeitas do senador tucano é nítido a olho nu. Enquanto no Datafolha divulgado em 12 de outubro Aécio apareceu com 21% de intenções e, no dia 15, o pré-candidato tucano surgiu com 20% na pesquisa Vox Populi, seu índíce caiu para 14% no levantamento do Ibope revelado em 24 de outubro. Lembram os tucanos que não há justificativa política para a queda de sete pontos percentuais de Aécio entre os 12 dias que separaram as pesquisas Datafolha e Ibope.
Os tucanos também coçam a cabeça pelo fato de o instituto Datafolha ter ido a campo no dia 11 de outubro fazer sua última pesquisa, um dia após o programa político do PSB ir ao ar. Talvez pelo recall do que foi mostrado na TV, o fato é que Campos apareceu no levantamento de dois dias depois com seu melhor número até aqui: 15%.
Para o PT, o maior problema também aparece no Datafolha. "Os números para Eduardo e Marina são tão diferentes, para cima, dos encontrados pelos outros institutos que, ao que parece, a pesquisa deles foi feita em outro país", ironiza um dos conselheiros mais próximos da presidente Dilma. A reclamação igualmente tem amparo nos números díspares encontrados pelos institutos. Enquanto a ex-senador Marina Silva gira entre 21% e 23% de intenções nas pequisas Ibope e Vox Populi, respectivamente, no Datafolha suas preferências disparam para 29%.
Até aqui, as reclamações são apenas verbais. Mas já está claro, com elas, que os grandes institutos serão marcados de perto pelos partidos políticos. Escaldados por erros grosseiros desses mesmos institutos nas últimas eleições, ninguém que participa da disputa da 2014 quer, mais uma vez, cair calado no conto do 'já ganhou' ou 'já perdeu' que os levantamentos prévios se acostumaram a apresentar à sociedade. A tendência,por isso, é que a guerra de números – e contra os números – só faça recrudescer a cada pesquisa divulgada.
Brasil 247
0 comentários:
Postar um comentário